terça-feira, 14 de novembro de 2017

O Absolutismo Francês

Tal como seus ancestrais, o monarca francês Luís XV tratava o país como sua propriedade particular. Indiferente à miséria da população comum”, levava uma vida ociosa com muito luxo, divertindo-se em caçadas, jogos de cartas, entre outros.

O rei repulsava tanto a pobreza de Paris que chegou a ordenar a construção de uma estrada que o levasse até Versalhes,onde vivia, de forma a evitar que ele passasse pela cidade e tomasse contato com os pobres.  Nesse ínterim, o luxo de sua corte alimentou o ódio do povo, que acabou depondo seu neto, Luís XVI.

Os Três Estados

Ainda na segunda metade do século XVIII, a sociedade francesa encontrava-se dividida em três ordens sociais, denominadas estados. O primeiro estado era constituído pelo clero (Igreja) e, o segundo, pela nobreza;  juntos (clero e nobreza), representavam cerca de 5% da população francesa e contavam com grandes privilégios. Os demais franceses (os outros 95% da população) compunham o terceiro estado, o proletariado, que sustentavam e mantinham os luxos dos nobres e religiosos. A supracitada divisão da sociedade francesa era a mesma da época medieval.
Em algumas ocasiões, o rei convocava a Assembleia dos Estados Gerais, formada por representantes dos três estados, para decidir alguma medida importante - clero e nobreza, conchavados, sempre faziam sobressair seus interesses. Mas, ainda assim, desde 1614 os reis franceses não reuniam os Estados Gerais, centralizando o poder, e todas as decisões eram tomadas diretamente pelo rei, aconselhado apenas por alguns colaboradores (nobres).
Luís XV 

Absolutismo

Aos fins do século XVIII, a França parecia ser uma das maiores potências da Europa, apesar de atravessar uma grave crise econômica. Milhares de pessoas morriam de fome e, desse modo, o descontentamento da população “comum” era geral. A desastrosa administração financeira empregada pelo governo e as sucessivas guerras em que a França se envolveu haviam empobrecido o país. Constantemente, os reis da dinastia Bourbon aumentavam os impostos (pagos somente pelo terceiro estado) para pagar suas dívidas.

Nesse ínterim, tal qual no sistema feudal, os impostos eram pagos exclusivamente pelo povo (pobres), já que a nobreza e a Igreja Católica não pagavam nada, apenas recebiam e gastavam. Destarte, esse contexto garantia aos nobres e sacerdotes quase toda a produção dos camponeses.

A desastrosa administração (absolutista) é percebida também no fato de que nem mesmo os poucos empresários e os grandes comerciantes franceses tinham condições de concorrer com seus competidores (ingleses), pois as altas taxas cobradas pelo governo tornavam seus produtos muito mais caros. Sempre que o rei aumentava os impostos, a fome assolava o país. Nesse ínterim, eram necessárias reformas para melhorar a vida do povo francês. Todavia, o governo absolutista não instituía melhoras, tornando a situação cômoda.

Os nobres franceses possuíam imensas extensões de terra, mas pouco as visitava. A terra e os camponeses eram usados, tão-somente, como fonte de renda para sustentar a vida luxuosa que os sacerdotes e o rei levavam. Desse modo, quando as despesas aumentavam, os nobres simplesmente aumentavam os impostos cobrados daqueles que trabalhavam em suas terras.

A vida dos camponeses era muito dura, e uma colheita ruim podia significar fome e miséria (pois a maior parte ia para os nobres). Considerando o panorama então vigente, houve uma revolução dos pobres contra os ricos/nobres, a chamada Revolução Francesa, a qual abalou o absolutismo em toda a Europa. Tendo em vista a importância desse assunto, ele será tratado detalhadamente em outro tópico.
Luís XVI

Resumo

Depois de um século de intensa opressão, o governo francês já não dava conta de arrancar do povo o recurso necessário para manter o luxo e dirigir o país. Nesse contexto, para agravar ainda mais a situação, diante de colheitas ruins faltava pão para os pobres. Milhares de pessoas saqueavam lojas em todo país. Luís XVI, tentando conter as agitações, convocou os Estados Gerais, que foram reunidos no Palácio de Versalhes (residência do monarca), em 1789. Mas era tarde, o povo já estava cansado de sofrer para sustentar os nobres e a igreja.

Referências

  • ALVES, Alexandre; DE OLIVEIRA, Letícia Fagundes. Conexões com a História. 1ª ed. São Paulo:  Moderna, 2010.
  • HILLS, Ken. A Revolução Francesa. Tradução Jayme Brener. São Paulo:  Ática, 1991.
  • HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções: 1789-1848. 25ª. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
  • HOBSBAWN, Eric. J. A Revolução Francesa. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

Créditos do texto ao site http://www.universiaenem.com.br